Décadas atrás, chegar aos cem anos era tão raro que virava até notícia na televisão. Hoje, é comum conhecer uma pessoa que alcançou ou está prestes a alcançar um século de existência.
Os avanços da medicina, da ciência e da tecnologia vêm, progressivamente, possibilitando que as pessoas vivam mais e melhor. E qual é um dos segredos para conquistar a longevidade? Manter-se ativo, se possível trabalhando e se relacionando com colegas, amigos e família.
É sabido que quem se isola, em qualquer idade, mas especialmente na maturidade, tende a adoecer mais tanto física quanto emocionalmente, reduzindo a expectativa de vida. E, ao contrário, quem permanece conectado à realidade, com planos e atividades significativas, tem grandes chances de envelhecer bem.
Dentro desse novo cenário, as empresas têm um papel decisivo. Sendo um espaço destinado à convivência produtiva e criativa, elas podem e devem aproveitar a bagagem de profissionais com mais anos de história. Eles são capazes de obter resultados efetivos tanto quanto outros colaboradores.
Além disso, estes colaboradores contribuem para a formação de equipes multigeracionais, que somam conhecimentos e vivências de várias épocas. Alguém nascido nos anos 1960 tem uma perspectiva totalmente distinta de alguém que nasceu nos anos 2000. Uma pessoa com 60 anos acumula, por exemplo, desde a cultura de trabalhar sem qualquer tecnologia digital de apoio (com jogo de cintura para pesquisar, assimilar e organizar mentalmente dados) até o domínio das mais inovadoras plataformas e dispositivos eletrônicos.
Sobre o tema, o diretor geral da Robert Half na América do Sul, Fernando Mantovani, comenta: “gosto de frisar que contratar profissionais com 40 anos ou mais não é “fazer o bem”, mas aceitar um fato comprovado: talento não tem idade”.
“Alguém mais velho (ou mais novo) pode ou não ser eficiente, prestativo e dedicado. O preconceito contra a idade, porém, está arraigado na nossa sociedade, sobretudo no ambiente corporativo. Ele se apoia em estereótipos que associam a passagem do tempo a declínio, lentidão e à perda de habilidades. Por vezes, os mais maduros sequer são considerados em um processo de seleção, apesar de terem os requisitos necessários ao cargo”, esclarece.
O diretor geral esclarece que, recentemente, esse tipo de preconceito ganhou um nome: etarismo. O etarismo é a discriminação dirigida a alguém que julgamos velho demais para alguns desafios, ideias ou comportamentos, descartando-os a priori. No mercado de trabalho, o etarismo aparece na forma de atitudes, crenças e até políticas que dificultam ou impedem a contratação, promoção e a valorização de profissionais a partir de uma certa idade.
Para o bem e para o mal, os RHs estão no centro dessa questão. Ao definir cargos e salários, e dentro de uma posição, quais as responsabilidades, capacidades técnicas e tempo de experiência que o colaborador precisa ter minimamente nessa área, eles podem trabalhar para aumentar ou reduzir o etarismo.
Um dos pontos básicos para combater esse mal é superar o estigma de que os níveis júnior, pleno e sênior estão vinculados a faixas etárias, como muitas organizações costumam fazer. O ideal é que todo profissional seja avaliado pela sua experiência e bagagem, e não pelo seu ano de nascimento.
Abrir-se para recrutar, contratar, treinar e apoiar os mais diferentes perfis de profissionais, como as pessoas com mais idade, traduz-se em vantagem competitiva para as organizações.
O diretor geral destaca, a seguir, alguns benefícios proporcionados pela diversidade e a inclusão nos times:
“É bom também lembrar o óbvio: se tudo der certo, todos nós chegaremos à velhice. Valorizar os idosos como gostaríamos de ser valorizados futuramente é uma atitude ética e empática. Ou aceitaremos ser deixados de escanteio lá na frente, só porque não temos mais 20 e tantos anos?” finaliza Mantovani.
Com informações Robert Half