A introdução de um sistema “Tax Free” no Brasil — que permite a restituição de tributos pagos por turistas estrangeiros em compras realizadas no país — tem gerado debates, especialmente no contexto da atual reforma tributária, que propõe a substituição de tributos sobre o consumo por um modelo baseado no Imposto sobre Valor Agregado (IVA). Esse artigo analisa os desafios e as oportunidades dessa ideia, considerando a experiência internacional e os princípios da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
A proposta da reforma tributária brasileira busca alinhar o sistema tributário nacional às melhores práticas globais, preconizadas pela OCDE, com ênfase no princípio da destinação. Esse princípio determina que a tributação sobre bens e serviços deve ocorrer no local de consumo, e não no local de produção. É nesse contexto que o conceito de Tax Free ganha relevância, pois reforça a competitividade internacional do Brasil ao desonerar o consumo de turistas estrangeiros.
Entretanto, implementar esse modelo em um cenário de transição tributária para o IVA exige atenção a aspectos técnicos e operacionais, como:
O IVA é o principal modelo de tributação sobre o consumo em mais de 170 países, incluindo economias avançadas e emergentes. Ele é amplamente utilizado por ser considerado um imposto neutro, transparente e eficiente.
Entre os países que adotaram sistemas Tax Free integrados ao IVA, destacam-se:
Essas experiências demonstram que o sucesso do Tax Free depende de políticas fiscais consistentes e de um ambiente de negócios favorável.
Embora a ideia de Tax Free seja atrativa, sua implementação no Brasil enfrenta desafios, como:
O Tax Free no Brasil tem potencial para alavancar o turismo e estimular a economia, mas exige cautela para evitar distorções e garantir benefícios reais. A transição para um modelo tributário mais moderno e alinhado à OCDE, como o IVA, é um passo importante, mas não elimina as complexidades inerentes à federação brasileira.
É necessário promover um amplo debate com os setores público e privado, acompanhando as melhores práticas internacionais e adaptando-as às peculiaridades nacionais, e essa sistemática já existe em outros mais de 100 países do globo.
Fonte – Portal Contábeis