A flexibilidade no ambiente de trabalho é um fator de suma importância para os trabalhadores brasileiros, destacando-se em relação a outros países. De acordo com o relatório “People at Work 2024 – A Global Workforce View”, elaborado pelo ADP Research Institute, 30% dos profissionais no Brasil preferem um modelo de expediente sem dias fixos para comparecimento ao escritório, superando a média global de 25%.
Atualmente, 57% dos trabalhadores brasileiros atuam em regime híbrido, alternando entre trabalho remoto e presencial. Outros 41% precisam comparecer ao local de trabalho diariamente, enquanto apenas 2% trabalham exclusivamente de forma remota. Estes dados foram extraídos de uma pesquisa abrangente que envolveu 34.612 profissionais de 18 países, incluindo 5.860 da América Latina (Argentina, Brasil e Chile).
O estudo não só explora a distribuição dos modelos de trabalho, mas também aborda as tendências de produção, prioridades profissionais e percepções sobre o monitoramento das atividades pelos gestores. Em escala global, a proporção de trabalhadores que atuam exclusivamente de forma presencial aumentou de 52% em 2022 para 55% em 2023. Já o percentual de profissionais que trabalham remotamente manteve-se em 12% no período analisado.
A flexibilidade nos horários de trabalho é especialmente valorizada por profissionais com mais de 55 anos, sendo uma prioridade para 31% deles. Em comparação, 24% dos trabalhadores com idades entre 18 e 24 anos consideram essa flexibilidade essencial.
O trabalho presencial, que já alcança 40% dos profissionais no Brasil, reflete uma tendência de retorno aos escritórios. Maggieri observa que este movimento indica uma acomodação do mundo corporativo a uma nova normalidade, onde o engajamento e o desenvolvimento contínuo de habilidades tornam-se cada vez mais relevantes.
No Brasil, os principais fatores de interesse dos trabalhadores são salário (56,8%), segurança no emprego (34,7%) e progressão na carreira (34,3%). A inflação e o custo de vida são preocupações constantes, o que justifica a importância atribuída ao salário.
A segurança no emprego é apontada por mais de 30% dos entrevistados como uma prioridade. Gestores que reforçam a governança e a solidez da empresa conseguem aumentar a sensação de tranquilidade entre os funcionários. Além disso, a prática de feedbacks regulares é recomendada para permitir ajustes e metas claras de aprimoramento.
O relatório também destaca a percepção de monitoramento das atividades por parte dos empregadores. Entre os trabalhadores remotos, 68% sentem que são monitorados de perto, seguidos por 65% dos híbridos e 60% dos presenciais. Curiosamente, 77% dos gestores também se sentem monitorados, em comparação a 46% dos subordinados. Esse dado sugere a necessidade de as empresas abordarem questões de confiança e a sensação de vigilância, independentemente do regime de trabalho adotado.
Fonte: Portal Contábeis